Reunião de voluntários do PortoAlegre.cc

Genteeee!

Estou muito feliz por ter participado de duas ações incríveis na cidade. Uma foi o mutirão de limpeza da orla do Guaíba e a outra foi o piquenique na Praça Japão. Hoje, saiu na página 28 da ZH uma matéria sobre isso.

E amanhã, às 19:30, na Sala 205 da Escola de Design da Unisinos – Av. Luiz Manoel Gonzaga, 744 (atrás do Colégio Anchieta) vai rolar mais uma reunião de voluntários. O local possui estacionamento próprio gratuito.

Mais infos nos links:

http://www.facebook.com/events/397597980269026/
http://blog.portoalegre.cc/reuniao-de-voluntarios-ativar/
http://www.facebook.com/poa.cc

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…e passou tão rápido, né?

Muitas coisas boas aconteceram em 2011, entre elas, ter conhecido tanta gente legal e do bem, querendo fazer desse um mundo melhor, foi a melhor de todas. Conheci o pessoal do projeto PortoAlegre.cc em Abril e desde então minha vida mudou completamente. Tive cada dia mais certeza de que o que eu quero fazer é de alguma forma, mesmo que pequena, ajudar as pessoas a viverem num lugar melhor. E esse é um trabalho de formiguinha! Mas vamos em frente porque o resultado será maravilhoso, com certeza.

Uma das ações que me propus a realizar foi o primeiro encontro do Grupo Trampolim. Foi no começo de dezembro, no lounge da loja Pandorga. Junto com o Bernardo de Magalhães, a Tais Lagranha e a Renata Beck, organizei esse evento que esperamos que seja o primeiro de muitos. Mais informações vocês encontram no blog do grupo: http://grupotrampolim.wordpress.com/

E a notícia mais bombástica de todas é que eu tranquei a faculdade de Arquitetura e Urbanismo na PUCRS. Resolvi dar um tempo em 2012 pra estudar pro mestrado! Só troquei a graduação pelo mestrado em Urbanismo. Ainda tenho que ler muito pra decidir o que vou pesquisar, mas, estou mega empolgada.

Não pretendo desativar o blog de jeito nenhum! Vou continuar escrevendo mesmo que muito de vez em quando, mas, agora com o foco maior em urbanismo.

Pra finalizar, queria desejar pra todos ótimos projetos e muitas realizações em 2012! Esse novo ano promete 😀

 

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Inhotim

No final de outubro, finalmente fui num dos lugares que eu mais queria conhecer no Brasil. Inhotim, um instituto de arte contemporânea, em Brumadinho, interior de Minas Gerais, é simplesmente o paraíso. Pra quem gosta de arte, arquitetura e natureza, paraíso é a única palavra mesmo pra descrever Inhotim.

Eu fiquei 2 dias lá porque é muita coisa pra ver. São diversas galerias e obras espalhadas em 97 hectares. E gostaria de ter ficado mais um dia, pra ficar curtindo a natureza. Mas dá pra ver tudo tranquilamente nesse 2 dias… e ainda comer nos 2 restaurantes incríveis, o Oiticica e o Tamboril.

É difícil dizer o que eu mais gostei porque tudo é lindo. Porém, o Sonic Pavillion do artista Doug Aitken e a galeria Adriana Varejão foram os espaços que mais me tocaram. Arte e Arquitetura em perfeita harmonia.

Não consegui comprar lá a revista Monolito sobre Inhotim porque tinha esgotado, então, comprei pela internet mesmo. Para os estudantes de arquitetura que visitaram o local, vale muito a pena adquirir a revista. Tem as plantas baixas, cortes, fachadas de todas as galerias existentes e das que estão por vir. Além da pousada Inhotim, de Freusa Zechmeister, que está em construção. A revista custa R$ 79,00 e pode ser comprada aqui:  http://www.editoramonolito.com.br/edicoes/04/

Abaixo, algumas fotos pra convencer vocês a irem pra lá agora mesmo!


Galeria Adriana Varejão. Todas as obras conversam perfeitamente com a arquitetura interior. Tanto que fica aquela questão: onde termina a arte e começa a arquitetura? E vice-versa… O projeto é de Rodrigo Cerviño.


Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square # 5, De Luxe, 1977. Foi aos pés dessa obra que eu tirei o cochilo mais luxuoso da minha vida!


Galeria True Rouge com obra de mesmo nome do artista Tunga.


Sonic Pavillion de Doug Aitken. Não sei como é feito isso, mas quando a pessoa está no centro do cilindro, o vidro é bem translúcido. Mas quando se chega perto do vidro, ele fica opaco. Sensacional! Sem contar o fato de que lá dentro, se ouve o som da terra pois foram instalados microfones geológicos a 200 metros de profundidade. Só estando lá dentro pra entender o que é.


Domos geodésicos para abrigar a obra De Lama Lâmina, de Matthew Barney.


Isso é uma das coisas mais bacanas de Inhotim. No meio da natureza, tem uma obra de arte totalmente integrada a ela. Na foto, Bisected Triangle de Dan Graham.


Inmensa de Cildo Meireles. Brincando com as escalas.


Essa é a cobertura do teatro. No espelho d’água, ficam esferas de aço inoxidável da artista Yayoi Kusama.


Aí está uma das obras mais populares de Inhotim. Os fuscas de Jarbas Lopes.


O nome da galeria já é bem sugestivo: Cosmococa. A galera vai a loucura lá dentro. São 5 cosmococas de Helio Oiticica e Neville d’Almeida. Uma com redes, outra com colchonetes, balões e até piscina que dá pra entrar! Na próxima vez que eu for, irei preparada 😉 Projeto do escritório Arquitetos Associados.


A Grande Galeria será formada por 3 blocos semienterrados que acompanharão a curva natural do terreno. Serão mais de 5 mil metros quadrados de área construída e também é um projeto do escritório Arquitetos Associados.


Omeleteria que fica embaixo da Galeria Miguel Rio Branco (mais uma galeria dos Arquitetos Associados).


O restaurante Tamboril está cercado de verde e fica na área onde era a casa antiga de Bernardo Paz, o criador de Inhotim.


E não é que eu esqueci de tirar foto do restaurante Oiticica? Essa aí em cima eu tirei do site de Inhotim. O projeto do escritório Rizoma foi o vencedor na categoria Restaurantes do prêmio “O Melhor da Arquitetura”, iniciativa da revista Arquitetura & Construção, da Editora Abril.


À esquerda, é a galpão Cardiff & Miller. No deck ficam as mesas da pizzaria que aparece na foto lá no fundo.


Essa lanchonete, que vende basicamente coco e picolé de coco, tem um projeto que conversa com a obra de Rirkrit Tiravanija.


Adorei essas cubas.


Inhotim tem 5 lagos. Ao fundo, a recepção que será toda reformulada pelo escritório Rizoma.


Mais um dos lagos.


E sempre tem um banco incrível pra descansar entre uma obra e outra…


É ou não é uma bela vista pra relaxar o olhar?


Sim, minha gente, até cisnes existem em Inhotim! É uma obra de arte também!


Duas panorâmicas que fiz do ponto mais alto de Inhotim. Ambas com obras de Chris Burden.

Vou esperar um tempo pra voltar porque quero muito conhecer a futura Galeria Lygia Pape. No site do escritório Rizoma, dá pra ver mais imagens.

E então, consegui convencer vocês?

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Bate-papo sobre Cidades & Inspirações

A coisa anda tão corrida que eu nem tive tempo de escrever a melhor notícia dos últimos tempos hehe

Depois de um encontro bem sucedido realizado na Urbana Arquitetura, fiquei muito pilhada em organizar outro pra continuar a discussão sobre arquitetura e urbanismo. Nesse meio tempo, descobri que tinha mais gente com a mesma pilha, o que foi o caso do amigo Bernardo de Magalhães. Essa mistura boa gerou a ideia de criarmos o TRAMPOLIM | grupo de conteúdo criativo.

E nossa primeira ação, será um encontro no dia 7 de Dezembro, a partir das 19h, no lounge da Loja Pandorga (R. Miguel Tostes, 897). Estamos SUPER empolgados e gostaríamos de convidar todos vocês pra irem lá conversar com a gente. Abaixo, a programação do evento:

Bate-papo: cidades e inspirações

Programação

19:00-19:30 | happy hour

19:30-20:00 | Encontros com uma outra Barcelona
Taís Lagranha –  é sócia do escritório Urbana Arquitetura e contará sua experiência na cidade de Barcelona, na Espanha, onde viveu de 2007 a 2008. Como inspiração, as ruas, os espaços públicos e a relação das pessoas com os mesmos.

20:00-20:30 | Medley: Oslo-NY-Detroit
Bernardo de Magalhães – Arquiteto sócio do escritório Bernardo de Magalhães e Lívia Fonseca e fará um relato-medley de suas experiências em Oslo-NY-Detroit. Tudo baseado em vivências nas cidades.

20:30-21:00 | Uma Mirada sobre Córdoba
Renata Beck –  por meio de um intercâmbio acadêmico, morou em Córdoba, na Argentina, durante 2009. E vai falar sobre sua vivência como uma pedestre curiosa, sempre com o mapa no bolso.

O encontro será no dia  07/12, às 19h, no lounge da Loja Pandorga @ Rua Miguel Tostes, 897 (quase na Av. Protásio Alves).

Inscrições gratuitas pelo e-mail: grupotrampolim@gmail.com
Ou pela página do evento no Facebook: http://www.facebook.com/event.php?eid=283893704978037

Ofereceremos delicinhas da Cozinha de Afrodite. e bebidas à venda no local por preços justos!

Evento gratuito :)

Apoio:

              

O grupo

TRAMPOLIM | grupo de conteúdo criativo // Evento periódico, onde os assuntos podem ser os mais variados, porém, sempre com a intenção de gerar conteúdo criativo e inspiracional para os participantes.

Se você tem o mesmo objetivo e gostaria de colaborar com o grupo, escreva para grupotrampolim@gmail.com

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O que faz a falta de sinalização na cidade

Eu precisava relatar aqui o que me aconteceu no último sábado, dia 22/10/11.

Fui no Clube União da Av. Nilo Peçanha e estacionei meu carro na R. Sioma Breitman. É uma rua que eu nunca estacionei e não conheço muito bem aquela região. Ao sair do clube e voltar pro carro, vi um homem com uma coisa pontiaguda em direção à porta da frente, do carona. Quando eu vi, o cara estava riscando toda a lateral do carro com algo que parecia ser uma faca. Ele alegou que estava fazendo aquilo porque eu havia estacionado em local proibido.

No momento que eu estacionei procurei por uma placa e não achei. Só hoje que eu fui lá tirar fotos e vi que a placa estava super distante do ponto e tapada por vegetação. Além de não haver nenhum tipo de sinalização no chão. A placa de embarque, que fica quase na Nilo, está bem apegada e é super pequena.

Solicitei pra EPTC a sinalização correta do ponto e já liguei para o Tele Táxi Gaúcha e pra Cooptaxi contando a hsitória. É muito triste e decepcionante viver uma situação dessas. Se o taxista tivesse chamado a EPTC e guinchado meu carro, não precisaria de tudo isso. O lado bom da história (porque sempre tem um lado bom) é que agora o local será sinalizado. O protocolo é o 008.007911.11.4 e espero que não demore muito pra eles tomarem uma atitude. Eu fiz a minha parte mesmo estando errada.

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PISEAGRAMA.

Faz tempo que eu não coloco aqui um texto da semana. Pois não é que eu achei uma fonte maravilhosa de artigos? Se chama PISEAGRAMA.

PISEAGRAMA é uma publicação sobre Espaços Públicos: existentes, imaginários e os que necessitam ser construidos.

PISEAGRAMA é uma publicação do Instituto Cidades Criativas editada por Fernanda Regaldo, Renata Marquez, Roberto Andrés e Wellington Cançado.

Agora pouco li dois que eu adorei! E por coincidência (ou não) ambos falam sobre espaços lúdicos na cidade. Um deles fala sobre uma solução adotada em Sevilha, Espanha, para terrenos sem uso. O outro, conta a história dos playgrounds construídos pelo arquiteto holandês Aldo van Eyck. E é esse artigo que reproduzo abaixo:

A CIDADE COMO PLAYGROUND

MERIJN OUDENAMPSEN

Em 1947, o arquiteto holandês Aldo van Eyck construiu seu primeiro playground em Bertelmanplein. Era o início de um experimento espacial que marcou (de maneira positiva) a infância de toda uma geração crescida em Amsterdam. Mesmo que hoje a maioria desses playgrounds tenham sido desmontados ou tenham caído no esquecimento, eles representam uma das intervenções arquitetônicas mais emblemáticas de um momento crucial: a passagem da organização hierárquica do espaço, defendida pelos arquitetos funcionalistas modernos, a uma arquitetura de “baixo para cima”, cujo objetivo era dotar, literalmente, o espaço de imaginação.
Logo após a 2ª Guerra, as cidades holandesas se encontravam em estado de abandono. A oferta de habitações havia diminuído de maneira dramática tanto em quantidade quanto em qualidade, fato que, combinado com uma infraestrutura pouco funcional, colocava os urbanistas diante de uma situação clara de emergência. Além do mais, esse desolador contexto urbano foi desafiado, quase que imediatamente, pelo pico de natalidade causado pelo baby boom do pós-guerra, uma vez que não havia espaços disponíveis para as crianças, nem dentro e nem fora das casas. Naquela época existiam alguns poucos playgrounds, mas praticamente todos eram de caráter privado, reservados a uns poucos privilegiados. Os playgrounds de Van Eyck, inicialmente construídos em terrenos sem uso, podem ser entendidos como uma medida de emergência, mas certamente tiveram uma relevância que suplantou o caráter de mera solução criativa para um momento de necessidade.

Na Holanda, o planejamento urbano no pós-guerra consistiu, fundamentalmente, em uma execução apressada e econômica dos ideais pré-guerra do movimento moderno, agrupados em torno do CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna) e identificados, majoritariamente, com a obra de arquitetos como Le Corbusier, Sigfried Giedion e Walter Gropius. Em Amsterdam, Cornelis van Eesterem, presidente do CIAM durante muito tempo, estava disposto a executar o Plano Geral de Ampliação (Algemeen Uitbreidingsplan – AUP), de 1934 – um dos primeiros Planos Diretores modernos –, baseado em exaustivas predições estatísticas do desenvolvimento demográfico e do transporte. O seu plano adotava o ideal funcionalista, que estabelecia a separação entre habitação, tráfego, espaços de trabalho e de lazer, planejados de maneira integral. Essa foi a premissa básica da construção em grande escala de novos bairros nos anos de 1950, como Buitenveldert e Westlijke Tuinteden, que resultaram nos bem conhecidos conjuntos habitacionais modernos com grande quantidade de luz, ar, espaços verdes e monotonia.
Mas tal programa de separação funcional propiciou a conclusão de que o Centro de Amsterdam (CBD) deveria ser ampliado e o centro histórico da cidade, “abrir-se ao trânsito”. Essa visão se radicalizou nos anos de 1960, quando a cidade inteira começou a arruinar-se devido ao aumento explosivo de tráfego de veículos, motivo pelo qual os urbanistas lançaram um projeto que visava à criação de uma rede de linhas de metrô e rodovias que atravessariam a parte antiga da cidade. Naquele momento, o que estava sendo planejado era uma remodelação “do zero” dos bairros mais populares da Amsterdam do século XIX: Jordaan, Nieuwmarkt, Oostelijke Eilanden, Weesperbuurt e Pijp. Uma onda de modernização urbana que constituía uma versão atualizada da reforma do “artista demolidor” Barão Hausmann, no século XIX em Paris, e muito similar àquela que Robert Moses celebremente havia implantado em Nova Iorque, com suas rodovias e viadutos.
Entretanto, os urbanistas holandeses nunca foram tão longe, já que prontamente encontraram pelo caminho um enorme movimento de protesto que boicotou eficazmente a maquinaria do planejamento e acabou por derrotar o então chamado “bulldozer urbano” (escavadeira urbana). Aldo van Eyck teve um papel importante na definição do que aconteceria posteriormente.

Os caminhos de Van Eyck e os da escola funcionalista foram inicialmente coincidentes. Quando começou com o projeto dos playgrounds, Van Eyck trabalhava diretamente para Van Eesteren, encarregado do Departamento de Desenvolvimento Urbanístico de Amsterdam até o ano de 1959. Porém, a concepção de espaço urbano que Van Eyck desenvolveu através dos playgrounds fez com que ele se convertesse em um dos críticos mais severos da tendência funcionalista. Em 1953, quando se formou um grupo crítico de jovens arquitetos no cerne do CIAM, Van Eyck foi um dos membros mais destacados. “O funcionalismo matou a criatividade”, declarou em um artigo publicado na revista holandesa Forum. Nas palavras dele, o funcionalismo “conduziu a uma fria tecnocracia em que os aspectos humanos são ignorados. Um edifício é muito mais que a soma de suas funções: a arquitetura tem que facilitar a atividade humana e promover a interação social”.
Entre 1947 e 1978, Van Eyck desenhou mais de setecentos playgrounds, primeiro no Departamento de Desenho Urbano e, a partir de 1952, em seu próprio escritório. Nos primeiros oito anos, projetou sessentaplaygrounds; os últimos, nos novos bairros construídos após a guerra, foram praticamente produzidos em série. De todos, noventa sobreviveram ao longo da segunda metade do século XX com seu desenho original. Mas, atualmente, os que não foram substituídos por edifícios sofreram modificações tão graves que ficaram irreconhecíveis.
O primeiro playground para Bertelmanplein foi um experimento. Van Eyck desenhou uma caixa de areia rodeada por uma larga borda de concreto. Dentro, colocou quatro pedras redondas e, do lado de fora, uma estrutura de barras de ferro. A caixa de areia se encontrava na esquina norte da praça, diagonalmente oposta às barras. Nos limites da praça havia árvores e cinco bancos. Esse playground foi um êxito. Numerosos projetos se seguiram e, em função da localização de cada um, Van Eyck desenvolveu uma grande variedade de composições. Para ele, os playgrounds constituíam uma oportunidade de colocar à prova suas ideias sobre arquitetura, imaginação e relatividade. Relatividade no sentido de que as conexões entre os elementos estavam determinadas por suas relações mútuas mais do que por um princípio ordenador de hierarquia central. Como resultado, a realidade já não estava dominada por um centro permanente. Ao contrário, todos os elementos eram equivalentes e os playgrounds, exercícios de composição não hierárquica dos espaços. Devido à utilização de elementos como bancos, árvores, tubos e quadros de diferentes cores, as delgadas barras metálicas tinham o mesmo status e a mesma presença enfática que a grande caixa de areia.
Distintos elementos dos playgrounds representavam uma ruptura com o passado. Em primeiro lugar, os playgrounds propunham uma concepção bem diferente de espaço. Van Eyck desenhava conscientemente os equipamentos de forma mínima para estimular a imaginação de seus usuários: as crianças. O objetivo era que pudessem apropriar-se do espaço, deixando as interpretações em aberto. O segundo aspecto era seu caráter modular: os elementos básicos (caixas de areia, barras, pedras, escorregadores e gaiolas) podiam ser recombinados de maneira infinita em diferentes composições policêntricas, em função de cada lugar. O terceiro aspecto é a relação com o entorno, a natureza intermediária ou intersticial de cada playground. O seu desenho sempre buscava uma interação com o tecido urbano ao redor. A temporalidade da intervenção fazia parte dessa natureza “intermediária”, recriando o espaço através de uma adaptação escalar contrária ao enfoque databula rasa do modernismo, que supunha uma autonomia do desenho baseada em dados abstratos e estatísticos. E, obviamente, a escolha por terrenos baldios e lotes vagos para a construção dos playgrounds foi uma opção tática, uma vez que o Serviço de Preparação de Obras do Departamento de Desenvolvimento Urbano, em colaboração com as associações de moradores locais, estipularam que cada bairro tivesse o seu próprio playground.

O enfoque nos modos como o espaço poderia ser apropriado estava em clara oposição à concepção funcionalista formulada por Giedion em seu clássico livro Espaço, tempo e arquitetura, no qual define a essência da arquitetura como a fusão entre espaço e tempo, que cria a experiência de movimento. Mas as inquietações de Van Eyck eram de natureza completamente distinta: “Por mais que espaço e tempo sejam importantes, lugar e ocasião importam mais. Pois na mente do homem, o espaço é o lugar e o tempo é a ocasião”. Como as pessoas podem fazer do espaço algo próprio e criar um “sentido de lugar” subjetivo? Como podem se sentir em casa na cidade moderna, essa máquina de racionalização massiva? O playground, espaço intermediário entre o público e o privado, era “lugar” e “ocasião” combinados.
Na Holanda, o planejamento urbano funcionalista e o crescente espírito de revolta antimoderno chegaram a protagonizar um enfrentamento final no bairro Nieuwmarkt, em Amsterdam. Nessa localidade, estava prevista a construção da primeira linha de metrô elevada com uma rodovia de quatro pistas acima atravessando um dos bairros mais antigos e populares da cidade. Centenas de estudantes, artistas e ativistas se instalaram nos edifícios vazios da vizinhança, junto aos provos (hippies holandeses) e aos residentes locais, e fundaram oAktiegroep Nieuwmarkt. Após anos de resistência e das violentas revoltas de 1975, os urbanistas e os políticos se renderam: a linha do metrô se completou, mas a rodovia nunca foi construída e os demais planos foram paralisados e gradativamente eliminados da agenda política. A nova esquerda subiu ao poder, o bairro se salvou e se converteu em inspiração para outras lutas antimodernização em todo o país. Surgiu, então, um novo modelo de desenvolvimento urbano, bouwen voor de buurt (construir para o bairro), que substituiria as grandes intervenções modernistas por projetos participativos e de pequena escala. A filosofia de Van Eyck se converteria em modelo na década seguinte, e não foi surpreendente que ele tenha sido convidado para fazer um dos primeiros projetos de reurbanização no próprio Nieuwmarkt, tornando-o simbólico. Aqui suas ideias sobre espaço intersticial, composição não hierárquica e planejamento participativo conduziram a uma arquitetura que poderia adaptar-se com facilidade à vida existente no bairro. Como disse uma vez o historiador holandês Johan Huizinga, “brincar é coisa séria”.

Fonte: http://www.piseagrama.org/artigo/496/a-cidade-como-playground/

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Comentários no portoalegre.cc

Caros leitores!

É com muita satisfação que anuncio que o site www.portoalegre.cc está com uma feature nova e muito aguardada! Agora os usuários poderão comentar as causas. O novo canal vai permitir que as pessoas atualizem as causas, discutam o que lhes interessa, se conectem com outros usuários e o que mais acharem útil de fazer com a ferramenta. Aproveitem!

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É, o tempo voa…

Já estamos em outubro. Que coisa, né? Parece que foi ontem que eu entrei pra Arquitetura. E isso foi em março de 2010! No momento, estou me encaminhando pro final desse quarto semestre de curso… E taaaaanta coisa aconteceu! Só essa semana eu já fui em 9 reuniões de trabalho, apresentei minha pesquisa sobre Geometria Fractal no Salão de Iniciação Científica da PUCRS, comecei o trabalho de campo no projeto Escola Sustentável, além de trabalhar em várias coisas e ir pra aula. Ufa! E ainda deu tempo de ir em 2 encontros com minhas queridas amigas hehe Mas é isso aí, quanto mais coisas a gente faz, mas coisas conseguimos fazer! Só posso dizer que estou muito feliz por estar envolvida em tantos projetos bacanas e conhecendo pessoas muuuuito incríveis!

Falando em pessoas incríveis, deixo aqui uma mensagem do Steve Jobs que foi uma mente brilhante e inspiradora:

Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo – expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar – caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração.

Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.

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O Processo Criativo

Só tenho uma coisa a dizer: todo mundo tinha que fazer o curso sobre processo criativo com o Prof. Charles Watson. É uma oportunidade maravilhosa de repensar sobre a vida. E mudar o jeito de se pensar é uma das melhores coisas que tem.

Essas últimas semanas têm sido intensas, e fico muito feliz por isso. Trabalhar no que a gente gosta é algo mais do que gratificante. Acho que nem existe palavra pra descrever isso.

Vou agora curtir os últimos minutos do final de semana e deixar vocês com um vídeo muito bom sobre processo criativo:

 

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PICNIC 2011

O evento PICNIC, que acontece em Amsterdam, focou esse ano em Espaços Urbanos. Minha ex-colega de Box1824, a Mari Messias, foi lá conferir e está relatando tudo pra gente. Vou reproduzir um texto dela pro iG aí embaixo, mas, vocês podem ler resenhas de todos os dias do evento aqui: http://pontoeletronico.wordpress.com/

Melhor cidade é aquela em que pessoas fazem o extraordinário

Pesquisadora faz análise de evento na Holanda que discutiu temas como urbanismo e sociedade

Mari Messias, especial para o iG 16/09/2011 17:55

A edição deste ano do PICNIC foi focada em Espaços Urbanos. O PICNIC, pra quem não sabe, é um evento holandês que reúne realizadores e interessados do mundo inteiro para explorar novas ideias e soluções para desafios atuais, como este sobre pensar as cidades.

Uma coisa interessante do evento é a apresentação de ideias opostas, possivelmente para incitar o visitante a pensar e desenvolver seu próprio raciocínio sobre cada tema proposto. Uma contraposição que aconteceu durante todos os dias foram as smart cities, cidades planejadas para um rendimento maior em diversas áreas, e os aspectos orgânicos da vivência urbana.

 

Foto: Mari Messias

O evento aconteceu na Holanda entre os dias 14 e 16

 

Para gente como Maarten Hajer (Diretor da Agência de Avaliação Ambiental da Holanda), por exemplo, deveríamos prestar mais atenção nos ambientes urbanos existentes porque, do contrário, eles poderão se transformar em grandes pesadelos.

Já Tim Campbell (Presidente do Conselho do Urban Age Institute) acredita que uma verdadeira Smart City é a cidade onde já vivemos, orgânicas, cheias de história e onde a vizinhança é muito mais eficaz na criação de ambientes pacíficos que um sistema universal de vigilância.

A professora de Columbia, Saskia Sassen, compartilha da ideia. Ela pensa as cidades como hackers e vê toda a base da sua existência milenar no fato de serem, como nós mesmos, adaptáveis. Pra ela, uma cidade muito fechada se torna obsoleta em pouco tempo e nossas cidades reprogramam o mundo que vivemos segundo nossas necessidades, não o contrário.

O Arquiteto, designer & urbanista da NLÉ Kunlé Adeyeme traz um pensamento parecido com o de Saskia quando analisa estruturas auto-geradas de favelas africanas e cidades europeias bem estruturadas. Para ele, ambas tem uma espécie de ordem em comum.

As soluções para as cidades foram apresentadas em frentes que diziam respeito aos ambientes físicos, ao convívio urbano, as soluções sociais e tecnológicas.

Para Charles Landry (fundador da agência Comedia), um dos grandes problemas dos ambientes urbanos é o pensamento estritamente lógico e arquitetônico, que acaba resultando em infernos relacionados aos congestionamentos, poluição e despersonalização.

Uma cidade criativa deve ser aquela que permita que pessoas comuns façam o extraordinário acontecer. E para que elas sejam assim, é necessário mais arte e “mistura”. Segundo ele, cidades são experiências sensoriais, que podem ser vividas com todos os sentidos humanos.

Mari Messias
, gerente de conteúdo da agência de pesquisa Box1824, participa do evento mundial PicNic. Foram três dias de debates, encontros e palestras com objetivo de explorar novas soluções no espírito de co-criação em criatividade, ciência, tecnologia, mídia e negócios.

 

 

 

 

 

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